Assinalamos aqui o centenário (9 de Dezembro de 1909-9 de Dezembro de 2009) de António Pedro da Costa que nasceu na Cidade da Praia em Cabo Verde, tendo vindo a falecer em Moledo do Minho em 17 de Agosto de 1966. Ao longo da sua vida, revelou-se como um espírito dedicado a diversos domínios da arte e do moderno pensamento da estética portuguesa do século XX. Assim, queremos assinalar o interesse desta peculiar personalidade associada à história do teatro português e à introdução do movimento surrealista no nosso país. Cultivou as formas e os sentidos da poesia, da prosa, do ensaio de ideias, do jornalismo e do teatro (traduzindo, adaptando ou encenando inúmeras tragédias e comédias). Das hábeis mãos surgiam-lhe os sonhos expressando-se em desenhos, nas pinturas e na força e movimento de algumas esculturas ou ainda transparecendo nas belas cores de cerâmicas realizadas com os companheiros de Viana ou na oficina de Moledo com artistas vilarmourenses como Vítor Barrocas e João Violante. Foram muitos os lugares e grandes as amizades com que contactou e, convivendo num enorme “etc.”, não se esgotaria esta nossa referência agora simbolicamente evocativa de um valioso legado cultural que podemos hoje destacar pela presença em várias colecções de arte (Gulbenkian, Museu do Chiado, Museu Nacional Soares dos Reis, entre outras) ou nas palavras escritas como em “Apenas uma Narrativa” que fazem deste homem um nome indispensável na compreensão da modernidade nacional.
José Domingos Araújo, Professor
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