6º C: Henrique e a Princesa


Com a concordância do autor e da sua professora de Português, Ana Paula Ribeiro, publicamos aqui o texto com que o João Barroso, do 6º C, concorreu A UMA AVENTURA LITERÁRIA, o concurso da Editorial Caminho/Leya. Cavaleiros, dragões, princesas e bruxas são os seus saborosos ingredientes.

Henrique e a Princesa

            Há muitos, muitos anos, numa terra muito distante, vivia um jovem chamado Henrique, cujo maior sonho era ser o herói do reino.
            Os anos foram passando e, já quase na idade adulta, Henrique começou a desesperar: nada de assinalável até então tinha acontecido e o sonho de realizar um grande feito parecia cada vez mais longínquo. Decidiu, então, explorar as terras mais remotas.
Depois de alguns dias em cima do seu fiel e incansável cavalo, chegou perto de uma fortaleza tão alta como as nuvens. Henrique prendeu a montada numa velha árvore e foi-se aproximando com muita cautela pois, do lado oposto ao da entrada, pressentiu a presença de um enorme dragão.
            Alguns minutos depois, conseguiu entrar sem ser visto pelo grande sáurio e subiu rapidamente a escadaria que o levou ao topo da torre. Aí ouviu um choro triste de solidão.
            – Olá, o que fazes aqui? – perguntou Henrique à bela princesa que tanto se lamentava, enchendo de lágrimas dezenas de lenços de seda finíssima.
            A princesa, com um ar muito triste e severo, explicou:
            – Sou a filha mais nova do rei, fui enfeitiçada por uma bruxa e os meus pais, quero dizer, suas majestades mandaram-me para aqui, para não estragar a sua reputação. Compraram um dragão no mercado negro, para me vigiar, e agora só o verdadeiro amor me conseguirá salvar.
            Foi a vez de Henrique revelar o herói que dentro de si existia:
            – Não te preocupes, vou tirar-te daqui e depois vamos atrás da bruxa para acabar com essa maldição.
            E, já agora, o meu nome é Henrique...  e o teu é Catarina, estava escrito na porta do quarto... –  justificou-se Henrique.
            Ao saírem da torre, depararam-se com o dragão de olhar fixo neles. Logo pensaram que as suas jovens vidas tinham chegado ao fim mas, por sorte, o drago do mercado negro era muito simpático e até usou umas belas palavras:
      Viva, sou o dragão Josh, posso acompanhá-los nesta aventura?
            Henrique e a princesa, durante breves segundos, hesitaram e ficaram sem palavras mas, logo de seguida, aceitaram tão preciosa ajuda.
            E lá foram eles em busca da bruxa. Não tardaram a encontrá-la, pois o dragão voava e tinha um faro incrível. A feiticeira avistara-os de longe, mas já não foi a tempo de escapar, porque a fobia que tinha a dragões impediu-a de descolar os sapatões que teimavam em fixá-la no mesmo sítio. Por isso, quando Henrique, montando o monstro voador, lhe ordenou que retirasse a maldição à princesa, como que hipnotizada pelo olhar faiscante do dragão, a bruxa obedeceu e livrou-a do feitiço.
Foi então que fizeram a viagem de regresso e, mal chegaram ao reino, foram alvo de todos os olhares, de pessoas e de animais, que pasmados diziam em coro ”UAAAAUUUU!”
            E viveram felizes para sempre.

João Barroso, 6º C
           

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